Alex Telles almeja títulos pelo Botafogo: ‘Encontrei um clube com estrutura de Europa’

Lateral também conta que possui ‘comissão técnica particular’, e revela conselho de Cristiano Ronaldo
Vitor Silva/BFR

Alex Telles que foi a grande surpresa do Botafogo na última janela de transferência, concedeu entrevista ao programa “Amigos Futebol Clube“ e contou sobre a sua volta ao país depois de tanto tempo, além de elogiar a estrutura do clube, o lateral revelou suas ambições pelo Alvinegro.

Alex que já atuou com o Cristiano Ronaldo, revelou na entrevistas conselhos dado pelo português, “a cada três, quatro horas, dá um estímulo no seu corpo“. Lateral e atacante jogaram juntos no Manchester United e Al-Narrs.

O  lateral-esquerdo que vem se adaptando rápido com pouco tempo de elenco, disse que conta com uma espécie de “comissão técnica particular”, para complementar os trabalhos que faz nos clubes.

Leia abaixo a entrevista completa do lateral Alex Telles:

Chegada ao Botafogo

– Realmente foi uma surpresa até para mim, tudo isso que aconteceu. Foi tudo muito rápido. Recebi ligação no último dia de janela, dizendo que eu deixaria o clube (Al-Nassr) pela questão de limite de estrangeiros. A partir daí, com um ou dois dias, eu desfrutando de folga com a família, mudou a cabeça. Nosso trabalho é nossa vida, é o que fazemos todos os dias. Me reuni com meu empresário e minha família para decidirmos o mais rápido possível. já estávamos adaptados na Europa, eu vinha alimentando dentro de mim, no coração, querer voltar para o Brasil. Saí em 2014 com 21 anos, vou fazer 32 em dezembro. Já tinha a vontade de voltar, mas não tinha decidido, por tudo, por contrato, por tudo que envolvia. Tudo culminou para estar aqui hoje, queria voltar bem, fisicamente, psicologicamente, com vontade de ganhar títulos, com clube que me proporcionasse estrutura, grupo bom, treinador bom, história. O Botafogo, quando soube, John Textor me ligou, falamos por FaceTime, me senti valorizado pelo desejo dele de contar comigo no projeto. Estava há muitos anos fora, me senti valorizado no meu país, ainda tinha um técnico português que já me conhecia da minha época no Porto. Fui dando os checks do que eu desejava no retorno ao Brasil, conversa simples, rápida, fechamos em menos de dez horas. A decisão de estar no Botafogo realmente foi minha. Estou muito feliz aqui, muito motivado, porque são títulos que não tenho, quero buscar. Nos clubes que passei sempre conquistei e saí pela porta a frente, venho para deixar meu legado aqui.

Preparação especial

– Tive atenção e cuidado com meu corpo de uns cinco anos para cá. Tenho um treinador individual, trabalho com a Volt, que é do Túlio Horta. Percebi o quanto isso é importante para o atleta, até um pouco tarde, com 26 anos. Não é só no clube, é fazer fora o que é específico para o seu corpo. Hoje já fazem nos clubes, até mesmo o Botafogo, mas os atletas percebem que precisam de algo a mais, não só na parte física, eu tenho nutricionista, chef, minha psicóloga, Carla (Di Pierro) do Comitê Olímpico. Sempre que chego no clube falo que tenho trabalho fora, eles entram em contato, falam tudo que faço, se alinham, o clube tem meus dados antigos, vamos trocando. Sou um cara que tive essa consciência e entendi que o diferencial, além da qualidade, é ter estrutura boa fora de campo para você se sentir bem, completo.

Conselho de Cristiano Ronaldo

– Eu já tinha esse acompanhamento antes de trabalhar com ele, um ano antes. Estive dois anos com ele no Manchester United, um no Al-Nassr, com certeza foi um aprendizado gigante. Ele gosta de conversar sobre futebol, nutrição, corpo. É um chato do bem. É incrível, ele é o que é pelo profissionalismo dele e pela qualidade que não se discute. Quando cheguei no Al-Nassr, fomos ao Japão fazer mini pré-temporada, ele falava coisas que não me esqueço. “Alex, a cada três, quatro horas, dá um estímulo no seu corpo, os caras acham que descansar a tarde inteira ajuda, mas o corpo precisa de estímulo de recuperação, água quente, água fria, massagem, sauna à noite, algo que possa despertar seu corpo, porque ele precisa disso”. Isso ficou na minha cabeça, procuro fazer. Treino de manhã no clube, almoço em casa, à tarde faço minha fisioterapia, meu segundo treino, à noite faço jacuzzi. Depois da sauna o corpo relaxa, você dorme. Quando cria rotina, seu corpo se acostuma. Por isso ele está com 39 anos e está na seleção, fazendo gol.

Estrutura do Botafogo

– Encontrei um clube com estrutura de Europa, muito boa, com tudo que um atleta precisa. Já passei por algumas estruturas, sei quando o atleta se sente confortável. Não é só ter, é se sentir confortável. Se nota que os atletas estão felizes. Andei perguntando, falam que mudou completamente, deu crescida gigantesca, isso reflete no campo. A organização vem de fora. Nós sabemos que muitas vezes só é visto o resultado dos atletas, o que é exposto, a parte final, mas para chegar no campo temos que treinar para caramba, com bons profissionais, bons materiais, boa estrutura. O Botafogo nos últimos anos vem fazendo o que vem fazendo pela organização, pelo crescimento. No primeiro dia, já me apresentaram mais de 40 pessoas que trabalham no clube, até brinquei que não conseguia guardar o nome de todo mundo. Fiquei muito feliz com a estrutura, já imaginava, John me falou do projeto, que eu era peça importante. Vim com pé no chão, mas com ambição de poder ajudar o Botafogo a conquistar o que precisa.

Intensidade

– Quando cheguei aqui, meus primeiros dias foram difíceis para adaptação, senti diferença grande na intensidade, o perde e pressiona, de pensar em dois toques. O Braga (com Artur Jorge) sempre foi um time muito ofensivo, tínhamos dificuldades de enfrentar. Gosto de jogar assim. Quando você acredita no trabalho, tem que botar confiança nos atletas. Ele coloca a ideia, os atletas compram os conceitos. Artur Jorge é um cara muito inteligente, eu já conhecia de Braga, as características que temos para o elenco são boas, jogadores refinados tecnicamente, rápidos para contra-ataque, que defendem muito bem. Ele está sendo muito feliz na forma de jogar dele. Quando cheguei, vi a intensidade no treino, a ideia, e como os jogadores encaram, como um prato de comida. Você entra no espírito, vai junto. O grupo é maravilhoso, tem jovens, tem experientes, todo mundo correndo para o mesmo lado.

Campeonato Brasileiro ou Libertadores?

– Queremos os dois, com certeza. Temos elenco muito forte. Quem está jogando está dando conta do recado. Enquanto estivermos brigando até o fim e der para conquistar as duas, vamos brigar, porque esse é o objetivo. Não vai ter jogo fácil até o fim da temporada, vai ser bem difícil. A confiança obviamente é grande, eu cheguei agora, os meninos estão fazendo ano maravilhoso, estou aqui para ajudar. Temos que manter o foco até o fim, enquanto o juiz não apitar e erguermos o troféu, temos que respeitar o adversário dando o melhor dentro de campo.

Seleção Brasileira

– Sou muito tranquilo com isso. Desejo sempre a Seleção, não escondo, mas acredito muito no trabalho. Cheguei há 20 dias no Brasil, fiz quatro jogos. Quando a gente esteve lá, espera voltar. Sabemos da qualidade da Seleção Brasileiro, do nível alto, trabalho, quero voltar a jogar pelo meu país, mas estou tranquilo e sei que na hora certa posso voltar, tenho que estar preparado.

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